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Nadir subjetum

7 Março a 29 Novembro de 2020

 

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NADIR, SUBJECTUM — Roteiro de exposição
Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso
António Quadros Ferreira

 

A obra de Nadir Afonso atravessou todas as grandes vicissitudes da pintura europeia, a partir dos anos 40 e 50 do seculo passado e, não obstante Nadir ter sido um dos principais atores da modernidade ocidental, e para ela ter participado de uma maneira singular e inovadora, a verdade e que o programa artístico nadiriano cedo se descolaria (autonomizando-se) das aventuras associadas a conceitos historicistas e estéticos convencionais ou novos, muitas vezes em conexão com os entendimentos mais híbridos de uma suposta transformação (ou morte) da pintura, isto e, ao que se designa hoje por pintura em estado de aberto, ou pintura fora de si. Mas, a pintura de Nadir sempre sobreviveu a pintura em estado de aberto e de instalado, isto e, a pintura que morre e que renasce – entre o ready-made e a preservação de uma certa morfologia. E sobreviveu porque a identidade da sua obra, alicerçada em instâncias de estética e de comunicação, esteve sempre acima das circunstâncias temporais de oportunidade ou de moda.

 

Se observarmos a existência de um implícito subjectum enquanto dimensão maior na obra nadiriana – na medida em que Nadir Afonso centra todo o seu enunciado e narrativa em torno da sua autobiografia –, então também podemos concordar com a possibilidade de uma postura universalista e renascentista pelo facto da obra nadiriana ser discernida e integrada, isto e, corresponder a uma obra de polimatia. Desejamos reiterar então que a leitura da obra nadiriana, no seu todo, e nos seus detalhes, permite-nos compreender a existência de um fundamentum que faz relacionar verdadeiramente o enunciado artístico como resultante de uma estratégia modernista de organizar la pensée du monde.

 

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Em Nadir, Subjectum a dimensão autobiográfica esta muito focada no sujeito enquanto motor de uma deriva muito exuberante e radical no que diz respeito a um projeto artístico evidenciado na correspondência entre criação e investigação, entre teoria e praxis, e entre pensar e dizer. E, não obstante a presença da geometria como direção única, e um facto que na obra nadiriana persistiu sempre a figuração, de um modo invisível (quando origem e passagem para a abstração geométrica), ou de um modo visível (quando fixação, regresso, e dialogo convergente com a geometria).

 

Acresce a convicção de que a pintura de Nadir Afonso a partir dos anos 90 (principalmente a pintura de grande escala, a óleo ou a acrílico), e depois das cidades, apresenta uma opção estratégica nova. Ao recuperar a figuração no espaço da geometria, propõe-nos Nadir que se configure uma estrutura pictórica fundada em narrativas significantes e que seja uma espécie de alternativa à pintura das cidades. Nadir recupera, então, a figura humana instalando-a, ou teatralizando-a, em pleno cenário urbano e citadino. Trata-se de uma ação deliberada de fazer habitar e povoar a cidade pela figura – mas o que se receciona de facto será aparentemente o contrario – uma ação automática de representar a arquitetura pela construção das cidades a partir do lugar e espaço da figura: relação entre figura e cidade, ou relação entre forma e fundo. Deste modo, a figuração que Nadir recupera e de uma outra figuração: e a figuração que se estrutura comprometida por um arquétipo geométrico e abstrato, tanto a figuração que diz, como a geometria que pensa ou a abstração que pinta. Falamos naturalmente da figuração plasmada na pintura de grande escala, porquanto nos guaches, mas principalmente nos estudos, a figuração nunca chegou a desaparecer.

 

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Em Nadir, Subjectum pretende-se, com efeito, dar a ver o pensamento cosmopolita e universal de Nadir Afonso, bem como a praxis da sua obra enquanto resultado de uma ação artística que integra, na pintura, uma ideologia da criação implicada pela geometria. O que quer dizer que o caminho estético da pintura nadiriana realiza um projeto absolutamente integrado entre a abstração e a figuração, entre o pensamento teórico e a comunicação da praxis. Projeto integrado e simultâneo de condições refletidas no âmbito específico da autobiografia – onde a ideia de subjectum pretende fundamentar o principio de uma abrangência sem limites ao nível de uma correspondência entre pensar, fazer e dizer. Que em Nadir se transcende e se funde: transcende-se enquanto processo artístico e pictórico, e funde-se enquanto projeto teórico e estético. Na nossa perceção, o entendimento da existência de um subjectum na pintura de Nadir resulta da circunstancia de observarmos uma multiplicidade de variáveis em torno de um mesmo paradigma conceptual, e que releva de momentos, de tempos ou de processos correlativos, nomeadamente, sobre o suporte (o sentido do irrepresentável), sobre a imagem (o fiktum, e o subjétil como dimensão e consciência-imagem), sobre a (des)construção (a visibilidade), sobre o processo (a natureza do dessous), e sobre a relação teoria-prática (a implicação das leis geométricas na praxis).

 

A exposição que agora se apresenta no MACNA dá-nos a ver uma outra pintura de Nadir, porventura menos conhecida, afastada que esta da pintura mais divulgada de Nadir Afonso, isto e, não se trata nem da pintura das composições geométricas e dos espacillimités (da invenção da abstração geométrica dos anos 50 e 60), nem da pintura das cidades (a partir dos anos 70). Isto e, o programa estético nadiriano parece fazer a fusão entre abstração e figuração, e ou a fusão entre a geometria e a representação.

 

Na pintura exposta, as obras que se apresentam em acrílico na sua maioria parecem abdicar da presença motora das formas geométricas, optando antes pela realização de uma aproximação mais hibrida ou ambígua a uma realidade construída pelo recurso ao desenho. O desenho esta muito presente nestas pinturas porquanto a linha parece comprometer-se num diálogo de ligação as formas: o paradigma nadiriano instalado vive então de duas cruciais intersecções – a do desenho com a pintura (pelo que não sabemos se estamos perante o desenho pintado, ou se perante a pintura desenhada, uma vez que a linha orienta a composição invadindo o lugar da forma). Por isso, estamos perante pinturas – que não são sobre planta (dos espacillimités a cidade), nem sobre plano original (das paisagens as composições geométricas) –, mas sim sobre figura (ou uma espécie de pintura de cidades habitadas). Tratando-se de pinturas realizadas entre 1986 e 2011 (10 pinturas ainda do seculo XX, e 20 pinturas já do seculo XXI), posteriores (mas também contemporâneas) as pinturas de cidades, podemos dizer que Nadir Afonso realiza, nestas suas novas pinturas, uma incursão requestionadora as premissas que ao longo da sua carreira de artista foram (fragmentadamente) colocadas. A serie de obras pictóricas agora expostas no MACNA são de muito difícil catalogação, mas que, mesmo assim, podemos dizer que se tratam de pinturas que pretendem fazer uma ponte ou uma síntese acerca do projeto artístico nadiriano no contexto de um essencial. Neste conjunto de pinturas expostas, a que poderemos designar por pintura em revelação de um subjectum, existe um imperativo de construção de uma narrativa muito focada na ideia de um todo que deseja juntar as partes de um processo determinado pela junção do abstrato com o figurativo. Mas, se assim e com a pintura, nos guaches existe uma perspetiva diferente que permite operar a passagem dos estudos as pinturas: por isso, os 24 guaches expostos (realizados entre 1979 e 2012) consagram um princípio sagrado para Nadir: o de que e necessário experimentar os estudos numa outra dimensão, para que os guaches (enquanto estudos reinventados) possam ser uma espécie de antecâmara da pintura final. Os guaches de Nadir são fundamentais no projeto nadiriano, e será porventura importante – num outro momento – pensa-los em estado de relação entre o que se começa (os estudos) e o que se acaba (as pinturas). Curiosamente, os 36 estudos expostos (datados entre 1937 e 1963), parecem ser também muito reveladores e marcantes acerca de uma das âncoras principais deste projeto expositivo: o da presença da figuração enquanto motor e expressão de uma narrativa que parece prescindir da geometria. Deste modo, e no que se refere a coerência do presente projeto expositivo, a obvia relação entre geometria (ou abstração geométrica) e figuração – que e seminal e transversal a todo o universo nadiriano –, coloca-se-nos em diferentes tempos, variáveis ou velocidades: dos estudos as pinturas passando pelos guaches, o paradigma de relação entre a geometria e a figuração possui distintas configurações (assim, para alem do conceito de geometria variável, coloca-se também o conceito de figuração variável). O que pode justificadamente parecer-nos uma novidade para um conhecimento maior da obra de Nadir Afonso.

 

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30 pinturas

1 Nadir Afonso, Tatuados, acrílico sobre tela, 99,5x116 cm, 1986.
2 Nadir Afonso, Orízias, acrílico sobre tela, 96,5x122,5cm, 1988.
3 Nadir Afonso, Jeunes filles, acrílico sobre tela, 93x134 cm, 1991.
4 Nadir Afonso, Zaratustra, acrílico sobre tela, 92x130 cm, 1993.
5 Nadir Afonso, Sílvia Áurea, acrílico sobre tela, 97,5x117,5cm, 1993
6 Nadir Afonso, Electra et Oreste, acrílico sobre tela, 97x114cm, 1996.
7 Nadir Afonso, As Amantes de lucifer, acrílico sobre tela, 95x127 cm, 1998.
8 Nadir Afonso, Caminhos do Olhar , acrílico sobre tela, 84x124 cm, 1998.
9 Nadir Afonso, Olimpo, acrílico sobre tela, 89x132 cm, 1999.
10 Nadir Afonso, Terra Devastada, acrílico sobre tela, 94x132cm, 1999,
11 Nadir Afonso, Estátuas móveis, acrílico sobre tela, 98 x 125 cm, 2000.
12 Nadir Afonso, L’Ange de Gabrielle, acrílico sobre tela, 95,5x130,5 cm, 2001.
13 Nadir Afonso, Morte dans le souvenir, acrílico sobre tela, 97x126 cm, 2001.
14 Nadir Afonso, Nouveaux Astres, acrílico sobre tela, 86x120 cm, 2001.
15 Nadir Afonso, Criselefantinas, acrílico sobre tela, 93x134 cm, 2002.
16 Nadir Afonso, Os Seres e a Cidade, acrílico sobre tela, 97x108 cm, 2002.
17 Nadir Afonso, O Galo, acrílico sobre tela, 93x134cm, 2002.
18 Nadir Afonso, Valquírias, acrílico sobre tela, 92x140 cm, 2002.
19 Nadir Afonso, Le rêve, acrílico sobre tela, 97x127 cm, 2002.
20 Nadir Afonso, Póvoa de Varzim, acrílico sobre tela, 99x129cm, 2003.
21 Nadir Afonso, A Cidade e os Seres, acrílico sobre tela, 96x91,5 cm, 2005.
22 Nadir Afonso, Les Grands Amours, acrílico sobre tela, 92x140 cm, 2006
23 Nadir Afonso, Per Agris, óleo sobre tela, 81,5x135 cm, 2007
24 Nadir Afonso, Déplacements de races et des continents, acrílico sobre tela, 99x134 cm, 2008.
25 Nadir Afonso, Inquietação, acrílico sobre tela, 92x142cm, 2009.
26 Nadir Afonso, A praia das Sereias, acrílico sobre tela, 97x139 cm, 2010.
27 Nadir Afonso, Jardins da Curia, acrílico sobre tela, 94x131,5 cm, 2010 .
28 Nadir Afonso, Voyage au bout de la nuit, acrílico sobre tela, 98x138,5 cm, 2011.
29 Nadir Afonso, As Carnavalescas, acrílico sobre tela, 97x134,5 cm, 2011.
30 Nadir Afonso, Floras, acrílico sobre tela, 98,5x122,5 cm, 2011.

24 guaches

1 Nadir Afonso, Barroso, guache sobre papel, 24,8x40cm, 1979.
2 Nadir Afonso, Les Filles de Venise, guache sobre papel, 28x32 cm, 1988-1996.
3 Nadir Afonso, A terra devastada, guache sobre papel, 26,5x40 cm, 1999.
4 Nadir Afonso, Aux champs Elysées, guache sobre papel, 21,4x34 cm, 2001.
5 Nadir Afonso, Tágides Minhas, guache sobre papel, 22x39 cm, 2001.
6 Nadir Afonso, Instantes, guache sobre papel, 26,5x32,5 cm, 2002.
7 Nadir Afonso, Nostalgia do amor, guache sobre papel, 28x41 cm, 2002.
8 Nadir Afonso, Sombras da Vida Sensível, guache sobre papel, 26x35 cm, 2001
9 Nadir Afonso, Les derniéres êtres, guache sobre papel, 29,2x40,6 cm, 2004.
10 Nadir Afonso, Embriaguez, guache sobre papel, 26x39 cm, 2005.
11 Nadir Afonso, Recherche du sens, guache sobre papel, 21,5x32 cm, 2006.
12 Nadir Afonso, Olhai-me do céu, guache sobre papel, 27x38,5 cm, 2008.
13 Nadir Afonso, Uma vida para a morte, guache sobre papel, 25x34 cm, 2008.
14 Nadir Afonso, Sol de Inverno, guache sobre papel, 28x40 cm 2008.
15 Nadir Afonso, Festa no Campo, guache sobre papel, 27,5x40,5 cm, 2009.
16 Nadir Afonso, Jardins da Curia, guache sobre papel, 27,5x40,5 cm, 2010.
17 Nadir Afonso, J’ai inventé, guache sobre papel, 25x40,5 cm, 2010.
18 Nadir Afonso, As garças, guache sobre papel, 25x36cm, 2010.
19 Nadir Afonso, Dia de Festa, guache sobre papel, 25x40 cm, 2011.
20 Nadir Afonso, As Filhas de Dionísio, guache sobre papel, 19,5 x29 cm, 2012.
21 Nadir Afonso, Le Feu, guache sobre papel, 28,7x31,4 cm, 2012.
22 Nadir Afonso, Buçaco, guache sobre papel, 25,6x41 cm, 2012.
23 Nadir Afonso, Além, guache sobre papel, 25,6x41 cm, 2012.
24 Nadir Afonso, Menades, guache sobre papel, 25x41 cm, 2012.

36 estudos

1 Nadir Afonso, A bruxa de Escarei, lápis de carvão sobre papel, 11x12,2 cm, 1937-1941.
2 Nadir Afonso, La Source, carvão sobre papel vegetal, 12,5x16,5 cm, 1939.
3 Nadir Afonso, Les chèvres, lápis de carvão sobre papel, 20 x28 cm, 1940.
4 Nadir Afonso, Estudo 67, lápis de cera sobre papel, 13,5x14 cm, 1940.
5 Nadir Afonso, Estudo 137, lápis de cor sobre papel, 13,3x14,5 cm, 1940.
6 Nadir Afonso, Estudo 1133, lápis de cor sobre papel , 22x20 cm, 1941.
7 Nadir Afonso, Fuga, lápis de cor sobre papel, 22x20cm, 1941.
8 Nadir Afonso, A fuga de Lot, carvão sobre papel, 10,5x12,5 cm, 1941.
9 Nadir Afonso, A Sebastianista, lápis de cor sobre papel, 13,5x15 cm, 1942.
10 Nadir Afonso, Estudo 132, Guache sobre papel, 22,5xcm, 1943.
11 Nadir Afonso, Evocação, pastel seco sobre papel, 22x19 cm, 1944.
12 Nadir Afonso, A Mexicana, pastel seco sobre papel, 20x20 cm, 1944.
13 Nadir Afonso, Tormenta, lápis de carvão sobre papel, 21,5x32 cm, 1945.
14 Nadir Afonso, Estudo 1174, técnica mista sobre papel, 22x22 cm, 1950.
15 Nadir Afonso, Estudo 131, Guache sobre papel, 22,7x32,5 cm, 1946.
16 Nadir Afonso, Estudo 1552, guache sobre papel, 21x27 cm, 1947.
17 Nadir Afonso, Estudo 1590. guache sobre papel, 21x24 cm, 1948.
18 Nadir Afonso, Estudo 130, técnica mista sobre papel, 21x23,5 cm, 1949.
19 Nadir Afonso, Estudo 1248, Guache sobre papel, 22x32,5 cm, 1949.
20 Nadir Afonso, Estudo 1518, Guache sobre papel, 19,5x30 cm, 1950.
21 Nadir Afonso, Estudo 1169, técnica mista sobre papel, 23 x23 cm, 1952.
22 Nadir Afonso, Carnavalescas, técnica mista sobre papel, 21,7x32 cm, 1962
23 Nadir Afonso, Dora, aguarela sobre papel, 21x29,7 cm, 1954.
24 Nadir Afonso, Jeunes Filles, lápis de carvão sobre papel, 20 x28 cm, 1942.
25 Nadir Afonso, Le Couple, lápis de carvão sobre papel, 20 x28 cm, 1947.
26 Nadir Afonso, Recreio, lápis de carvão sobre papel, 20 x28 cm, 1946.
27 Nadir Afonso, Alzira s’envole, lápis de carvão sobre papel, 19 x28 cm, 1942.
28 Nadir Afonso, Musas, lápis de carvão sobre papel, 20 x28 cm, 1945.
29 Nadir Afonso, Manipanso, aguarela sobre papel, 21,7x26,9 cm, 1953.
30 Nadir Afonso, Estudo 1824, lápis sobre papel, 20x 14,5 cm, 1940.
31 Nadir Afonso, Édipo e seu pai, aguarela sobre papel, 21x14 cm, 1952.
32 Nadir Afonso, Jeunes filles, técnica mista sobre papel, 29x26 cm, 1943-87.
33 Nadir Afonso, Cariocas, técnica mista sobre papel 21x25,4 cm, 1963.
34 Nadir Afonso, Les Cousines, guache sobre papel, 27x33 cm, 1959.
35 Nadir Afonso, Muses, lápis de carvão sobre papel, 20 x28 cm, 1954.
36 Nadir Afonso, Estudo para Antropomorfismos, técnica mista sobre papel, 22x32,5 cm

 

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“Arquitectura sobre Tela”

Junho de 2017 a Março 2020

 

 

“Arquitectura sobre Tela”

O Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso (MACNA) apresenta “Arquitectura sobre Tela”, a primeira exposição monográfica do mestre flaviense, Nadir Afonso, dedicada ao seu percurso arquitectónico fundamental de uma vida passada do espaço para a tela e da tela para o espaço. A “Arquitectura” diz respeito à componente pessoal Nadir Afonso — talvez até mais que profissional —, enquanto “sobre” e “tela” nos remetem para o universo material e conceptual do autor e da sua obra.

 

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Como nómada, Nadir passa grande parte da sua existência em itinerante promenade, uma que é pausada apenas pelo exercício da arquitectura, cujo sustento se torna a grande tenda que o protege da vastidão de um deserto que é o mundo e na busca de um oásis que é a sua arte. A geometria é a ferramenta fundadora das suas abstrações arquitectónicas, nas quais grelhas, edifícios e cidades se deitam e se compõem sobre a tela em forma de tinta, em vez de betão, tijolo ou reboco.

 

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A mostra inclui inúmeras telas de viagem deste pintor-arquitecto, bem como desenhos, cartas, maquetes e pinturas das colaborações com Le Corbusier, Orcar Niemeyer, Georges Candilis, Fernando Távora e, finalmente, Álvaro Siza. É no MACNA que Nadir encontra agora a sua casa, um museu suspenso que funde a amada ponte romana com a ordem de Haus der Kunst, a fenêtre en longueur da Villa Savoye, a horizontalidade dos palácios do Ibirapuera e platonismos cinéticos. Num alargado Grand Tour pelas mais icónicas metrópoles de Nadir, entre 1942 e 2013, o percurso é estruturado igualmente por projectos nacionais: do Monumento ao Infante D. Henrique, em Sagres, aos estudos urbanos da cidade de Chaves.

 

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“Nadir Afonso - Chaves Para Uma Obra”


Julho de 2016 a Maio 2017

 

CAPA LIVRO

 

“Nadir Afonso — Chaves para uma Obra”
julho de 2016 a maio de 2017


A exposição “Nadir Afonso – Chaves para uma obra” coincide com a abertura ao público do MACNA - Museu de Arte Contemporânea, dedicando todos os espaços expositivos do MACNA à obra do Pintor Flaviense Nadir Afonso, que dá nome ao Museu de Arte Contemporânea.


Esta exposição reúne as primeiras obras do autor, passando depois pela sua fase modernista inicial, o surrealismo, passando pela abstração geométrica, o período barroco e egípcio, a fase dos “Espacillimité” e as cidades, em suma, uma representação aos primeiros 35 dos 70 anos de trabalho de Nadir Afonso.


Curadoria de Bernardo Pinto de Almeida

 

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A coincidir com a inauguração e abertura do MACNA – Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, “Nadir Afonso – Chaves para uma Obra” é uma exposição alusiva a 35 dos 70 anos de trabalho do pintor.


A exposição inicia com as primeiras telas pintadas por Nadir Afonso a partir dos 15 anos, onde são retratados rostos de familiares e elementos da cidade de Chaves, sua terra natal.

 

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Segue-se a fase modernista inicial, o surrealismo, desenvolvendo obras abstratas de vanguarda internacional.


Do surrealismo, Nadir Afonso parte para uma abstração mais geométrica seguindo-se o Período Barroco e Egípcio.

 

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Na fase dos “Espacillimité”, momento chave da sua obra, onde introduziu elementos cinéticos nos seus trabalhos, através da criação de uma máquina que permite que uma pintura rode sobre si mesma como se fosse um filme.

 

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A última parte da exposição incide sobre o tema cidades, imagens idealizadas das cidades, e evocações de cidades.

 

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